Nesse
momento em que o relógio aponta meia-noite, o sol descansa...
Prepara em
seus sonhos as sinfonias mais encantadoras existentes dentro das estrelas,
Rega as
cavidades de medo e insegurança com poesia,
Apalpa com
seus raios os lindos cabelos das flores,
Desenha
sobre as nuvens o sorriso que aprendeu com o arco-íris,
Dança todo
feliz,
Como quem se
prepara para uma grande festa.
Ele sabe
que,
Ao trazer o
amanhecer,
Deve também
pedir para que a natureza toque suas trombetas,
Avisando a
todos que um dia especial chegou.
Exatamente
um ano atrás,
Esse
fenômeno aconteceu e foi a maior alegria:
Elefantes
começaram empinar pipas,
Os camaleões
viraram vagalumes,
E os peixes,
dançarinos de valsa.
As araras
ganharam filhos das tartarugas,
Os leões não
levantaram o bumbum do chão,
E as
cabritas rezaram como um louva-deus.
Toda essa
maluca alegria se instaurou,
E tudo por
causa do aniversário da dona borboleta.
A senhorita
noite também quis participar. Trouxe logo seu maior presente:
A lua!
E vieram morcegos-cachorros,
Gatos-abelhas,
E baratas.
Só que essas
não puderam participar da festa.
Quando a
borboleta pôs-se a dormir,
Um
passarinho tocador de violas preparou sua caminha,
Trouxe-lhe
um café feito com muito mimo,
E ali
fizeram seu ninho de amor.
Dentro de
si,
O querido
sol já sabe que dessa vez, a festança será ainda maior.
Mais bonita,
Colorida,
Afinal,
Embora tudo
isso já tenha acontecido antes mesmo dela saber,
O agora se
revela clarividente;
Puro,
carinhoso,
Gentil,
Sensível e
real.
E claro,
Quem mais
ganha com toda essa celebração
Não é a
borboleta e sim o danado do passarinho,
Que vida
após vida,
É
predestinado a carregar em seus braços-asas,
A beleza
dessa linda deusa das cores.
Se é um
aniversário,
Não deveria
ele dar presentes a ela, ao invés de ganhar?
Christian Felix