Um ponto.
Eu sempre
fui um ponto.
Um ponto
diferente dos outros pontos.
Eu caminhava
Mas sempre
parava aqui e acolá.
Às vezes na curva,
Às vezes na curva,
Às vezes em
linha reta,
Mas sempre
sendo o mesmo ponto.
Um belo dia
Dona cigarra
chegou bem perto e cantou:
"Para ver as
coisas pelo avesso e nunca deixar de caminhar, é preciso encontrar um ponto solar."
Eu ri.
Guardei suas
palavras em meu coração
E a frase
que mais ecoava em mim era assim:
“Esse ponto
precisa ter dom de ler alma."
Um tempo
depois,
Estava eu,
na reta de uma curva
Ou na curva
de uma reta
Não me
lembro muito bem
Avistei o
ponto do canto da cigarra
E esse ponto
se grudou em mim.
Desse dia em
diante
Nunca mais
fui um ponto
Muito menos
dois
Éramos três:
Dois pontos
e o que nascia dessa junção.
Quem nos via
de longe, enxergava assim:
...
Acho que a
cigarra tinha razão.
Christian Felix
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