quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O sorriso mais lindo e vivo que brota dos meus sonhos




















E com um lindo sorriso nos lábios
Despeço-me de um ciclo que afetou e invadiu todos os meus poros
Dou-lhe um abraço com minha imaginação
E quem banha-o com gratidão é meu coração

A natureza, cúmplice de tal feito
Aplaude o que vê
Irradia-se pelo o que sente
Sonoriza o mundo pelo o que prevê

Ganho uma piscadela de uma formiga
Gargalho poesias
Fecho meus olhos
E fico na expectativa de abri-los no novo ciclo que já me estende a mão

O cheiro é doce
O riso é brincante
A alma plena
A cantiga intensa e luminosa

A um passo para a eternidade
O corpo todo trovoa
Os espasmos são notáveis
A fluidez diviniza-se

E quem diria que seria tão sublime viver?

Minhas asas
Apontam para o sol
Reverenciam a energia de meus ancestrais
Alcançam uma percepção mais profunda da vida

Conectado com o cerne de meu ser
Despeço-me
Com o sorriso mais lindo e vivo que brota dos meus sonhos

O riso rasga minha face
Escorrem pétalas
E asas
E borboletas
E cores

E a minha sagrada admiração pelo amor
Explode-me por dentro
Me traz aqui
Todo sem jeito
Feliz
E solar

Christian Felix

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Súplica

















Tão doce é
Ver
Tocar com os olhos
Afagar com o brilho que nasce no ventre da pupila
Onde moram mistérios
Sonhos brincantes
Órbitas solares
Inexplicáveis ornamentos
De flora e luz

Eis que aqui estou, óh senhor universo!
Se de mim algum dia esquecer,
Só lhe peço,
Que nunca deixe que meus olhos adoeçam
Enrijeçam
Pereçam...

Suplico-lhe!
(E lhe digo que não há apego algum sobre meu corpo)...

Toda vez que eu renascer,
Que eu possa ver:
Espaços infinitos
Pétalas e asas
Eternas cirandas
Poemas, crianças
Risos
E amor
                                                        
 Christian Felix




domingo, 21 de dezembro de 2014

Simbiose















Se existem cores
Existe a ausência delas
E vasto é teu sabor

Para que haja o dia
O sol pede licença à lua
E a noite adormece

Para que exista a sombra de um corpo
Mais do que ele próprio...
Uma luz!

Há uma cumplicidade entre o som e o silêncio
E ambos se equilibram
Na vida e na morte

E nessa simbiose
O nada
E tudo

Christian Felix

sábado, 20 de dezembro de 2014

Amanhecer
















Amanhece
E não sei se lá fora
O dia está radiante ou nublado
Sei que aqui dentro
Dentro de mim
O sol repousa e sacode todas minhas vísceras
Toca o meu coração menino
Brinca de ser árvore, pássaro, nuvem
Rega minhas feridas inconscientes
Fere minha moral
Habita nas superfícies mais delicadas
Recebe-me do jeito que sou

E o tempo que finda todos os dias
Não consegue participar desse feito:
Ele apenas observa
E assistindo cada movimento
Não consegue entender
Como é que pude escapar
De suas mãos tão exatas e tão cheias de porquês
Tão cheias de razão
Tão carregadas de mistério e ilusão

Amanhece
E o sol dentro de mim
Não desmistifica meu oceano interno
Tão pouco traz significados
Simplesmente venda meus olhos
E permite que eu caminhe seguindo meu próprio coração

Aqui
Dentro de mim
Enxergo o vento como irmão
Ouço sua canção
E percebo que nasci para ser pétala
Para voar na contra-mão das coisas
Sorrir quando não houver piada alguma
Cantar no eco do silêncio
Viver como um bobo colorido
Pintar o véu do céu da cor do abraço
Correr e saltitar sobre o ninho poético e brincante que há em toda existência

Amanhece
E dentro de mim
Numa fração sem segundo
Descubro que eu também sou sol dentro deste próprio sol
E que tudo o que sou, somos!

Amanhece
Amanhecemos
Amanheceremos

Christian Felix

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Agradecer




De repente
Observei-a e decidi fazê-la companhia
Ao me aproximar, perguntou-me:
- Porque é que faz tanto tempo que você não vem aqui?

- Você me perdoa? - Logo respondi
Ela, toda equilibrada, com suas fortes raízes
E sua linda copa que apontava o céu,
Apenas sorriu

Nesse dia
Aprendi que quando há um verdadeiro encontro
Deixamos parte de nós
Carregamos parte do outro
E embora estejamos longe
Estamos perto
Não há nada que precisemos dizer
A não ser
Agradecer

Christian Felix

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Do outro lado do mundo

















Porque é que não posso estar em vários lugares ao mesmo tempo?
Há uma infinidade de lugares a serem explorados
E eu aqui,
Caminhando vagarosamente
Sem tirar da mente
Que há alguém do outro lado do mundo
Pensando em como vir pra cá
Sem deixar de estar lá

E se eu pedisse pro vento levar alguns pedaços meus, como:
Fios de cabelo
Lágrimas
Fragrâncias
E um belo som do peito?

Se houver jeito
Avisa-me, por favor,
Correrei tirar proveito
Sem perder meu bom humor

Christian Felix

Gota de orvalho













Gota de orvalho
Passeie solta e livremente por esse meu corpo
Lave minha alma e tire toda escuridão
Regue todo broto novo que há em mim
Benza minha testa e minha nuca
Faça sua oração sobre minhas vestes
Inunde minhas cavidades com o teu frescor

Gota de orvalho
Faça com que eu creia na eternidade
Crave tua saliência em minha insanidade
Lubrifique meu pensar
Dance com o meu sentir
Lance-me até a luz solar

Gota de orvalho
Tu que és transparente e colorida
Invoque tuas santidades
Cuspa-os sobre mim
Com todo teu amor

Gota de orvalho
Faça-me teu
Faça-me tua imagem e semelhança
Que assim eu seja um novo ser
Seja meu reflexo no espelho
Minha calma
Minha aura
Meu amor

Christian Felix

Saltitante
















Num leve salto de criança, vejo minha vida dançar...
Ora por minha conta,
Ora por conta própria.
E, quem é que sabe o dia de amanhã?
Se irei sorrir ou se irei chorar?
Qual o tamanho e  a distancia da curva, afinal?
Pois o que tem depois dela, eu nunca saberei até que eu tenha passado por ela.
E sempre que passo, ela deixa de existir;
A visão é outra
O mundo muda
O mar faz onda
E a vida
Aqui

Christian Felix